O GBTC11 estreia na B3 unindo Bitcoin e ouro em um único ETF. A proposta é oferecer proteção e valorização, com ajuste dinâmico entre os ativos. O código já foi utilizado por outro ETF focado apenas em Bitcoin.
Bitcoin e ouro no mesmo ETF
O mercado de ETFs de criptoativos no Brasil acaba de ganhar um produto inédito. A gestora Hashdex, em parceria com a Buena Vista Capital, lançou o GBTC11, um fundo que combina Bitcoin e ouro na mesma composição.
A proposta é oferecer aos investidores uma estratégia que balanceia risco e proteção, juntando a volatilidade e potencial de valorização do Bitcoin à estabilidade histórica do ouro.
Além da inovação no mercado, o lançamento chama atenção pela reutilização do código GBTC11, que anteriormente estava vinculado a um ETF 100% Bitcoin lançado pela própria Hashdex em 2021. Esse fundo anterior foi encerrado, e o código foi reaproveitado agora para o novo produto com composição híbrida.
Como funciona o GBTC11
O fundo segue uma metodologia de paridade de risco, estratégia bastante utilizada por fundos institucionais. Isso significa que a alocação entre Bitcoin e ouro não é fixa. Ela se ajusta dinamicamente de acordo com a volatilidade de cada ativo.
Em momentos de maior volatilidade no mercado cripto, o ETF reduz a exposição ao Bitcoin e aumenta a alocação no ouro. Por outro lado, quando o mercado de criptoativos está mais estável, a participação do Bitcoin no portfólio é ampliada.
O índice de referência utilizado é o FTSE Bitcoin and Gold Risk Weighted Index, desenvolvido para refletir essa estratégia de balanceamento entre os dois ativos.
Detalhes técnicos do GBTC11
Código de negociação: GBTC11
Gestoras: Hashdex e Buena Vista Capital
Índice de referência: FTSE Bitcoin and Gold Risk Weighted Index
Taxa de administração: 0,98% ao ano
Valor estimado da cota no lançamento: aproximadamente R$ 30
Custódia dos ativos: instituições internacionais reguladas
Por que combinar Bitcoin e ouro
O objetivo da gestora é oferecer um produto que atenda tanto investidores interessados em criptoativos quanto aqueles que buscam alguma proteção contra volatilidade excessiva.
“O ouro tem um histórico de proteção em cenários de crise. Combiná-lo ao Bitcoin permite uma estratégia mais equilibrada, adequada para investidores que querem exposição ao ativo digital, mas com uma gestão de risco mais robusta”, afirma Marcelo Sampaio, CEO da Hashdex.
A estratégia é especialmente voltada para investidores que enxergam o Bitcoin como reserva de valor no longo prazo, mas que se incomodam com as fortes oscilações de curto prazo do mercado cripto.
Vantagens
Exposição a Bitcoin com mitigação de risco via ouro
Gestão passiva com balanceamento automático entre os ativos
Negociação simples pela B3, em reais, sem necessidade de custódia própria
Alternativa para diversificação de portfólio tradicional
Desvantagens
Não oferece autocustódia do Bitcoin
Taxa mais alta em comparação com ETFs 100% cripto
Disponível apenas no horário da B3, sem operar 24/7 como o mercado de cripto
Vale a pena?
O GBTC11 chega como uma opção interessante para quem deseja exposição ao Bitcoin, mas busca reduzir a volatilidade com a presença de um ativo tradicional como o ouro no portfólio. É uma solução que busca atender tanto o investidor interessado em criptoativos quanto aquele mais conservador, que se sente desconfortável com os riscos do mercado.
Por outro lado, investidores que buscam os princípios de soberania e autocustódia que fazem parte da proposta original do Bitcoin podem não ver tanto valor em ETFs desse tipo, especialmente considerando as taxas envolvidas e a dependência do sistema financeiro tradicional.
A reutilização do código GBTC11 também chama atenção e reforça a necessidade de os investidores estarem atentos às mudanças nos produtos listados na B3.