ChainTracer: quando estudantes inovam com blockchain
Na 23ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), realizada em março na USP, os alunos João Rodrigo Heinzelmann Luckow e Lucas Candinho, orientados por Jonathan Sardo e Leonardo Akira Rosa, apresentaram o projeto “ChainTracer: utilização da blockchain para a integridade de dados logísticos na indústria farmacêutica”.
A iniciativa conquistou o 3º lugar na categoria Ciências Exatas e da Terra, destacando-se entre centenas de propostas de todo o Brasil.
Uma resposta a um problema real da indústria
O projeto nasceu da percepção de um problema recorrente na cadeia farmacêutica: a dificuldade em garantir o controle e rastreamento confiável de medicamentos, especialmente os mais sensíveis.
Para resolver esse desafio, os alunos desenvolveram um sistema que une blockchain e sensores físicos, utilizando Arduino e sistemas embarcados para monitorar em tempo real condições logísticas, como temperatura e localização. A integração garante a immutabilidade e confiabilidade dos dados, fundamentais em um setor regulado como o farmacêutico.
O sistema, disponível como código aberto no GitHub, demonstrou capacidade de lidar com milhares de transações com baixo consumo de memória e alta performance.
Testes de estresse e planos de expansão
Durante os testes em ambiente simulado, a ChainTracer demonstrou robustez: foram processadas mais de 10 mil transações distribuídas em 400 blocos, e um teste de estresse posterior validou a blockchain com 100 mil transações e mais de 15 mil blocos.
O próximo passo dos alunos inclui o uso da solução em ambientes reais, com simulações de ataques cibernéticos para avaliar sua resiliência. A proposta é realizar modelagens formais, validar a rede em ambientes controlados e abrir espaço para parcerias com empresas e instituições.
Cresce a sofisticação dos ataques
O projeto teve apoio da Escola SESI de Referência Joinville, do SENAI/SC Joinville e do SESI Santa Catarina – Joinville Sul III, evidenciando como a educação técnica e científica brasileira pode produzir soluções de impacto real para problemas do mercado.
Site da FEBRACE – USP: https://febrace.org.br