O Bradesco anunciou um projeto piloto para testar o uso de stablecoins, especificamente a USDC (USD Coin), em transações internacionais, com início previsto para janeiro de 2025. A iniciativa busca modernizar o processo de pagamentos internacionais e reduzir custos, especialmente para exportadores brasileiros.
Uso da USDC em Transações Internacionais
O banco utilizará a USDC, uma stablecoin lastreada no dólar americano e emitida pela Circle. Em parceria com a startup brasileira Parfin, especializada em infraestrutura de blockchain, o Bradesco facilitará operações nas quais importadores estrangeiros farão os pagamentos em USDC. A Parfin será responsável por converter essas stablecoins em dólares, que serão repassados ao Bradesco. O banco, então, converterá os dólares para reais e os entregará aos exportadores no Brasil.
Motivação e Benefícios do Projeto
A decisão de adotar stablecoins responde à crescente demanda de clientes por soluções mais rápidas e econômicas para transações internacionais. Roberto Medeiros, diretor da área internacional e de câmbio do Bradesco, ressaltou que o uso de USDC traz maior eficiência e menores custos operacionais, oferecendo vantagens significativas sobre os métodos tradicionais de pagamento. Ele também afirmou que o uso de stablecoins no comércio exterior é um “caminho sem volta“, refletindo a convicção de que as criptomoedas e tecnologias de blockchain são essenciais para o futuro das finanças internacionais.
Parcerias e Infraestrutura Blockchain
Além da Parfin, o Bradesco está contando com o apoio de outras tecnologias de blockchain para garantir transações mais seguras e ágeis. A experiência da Parfin, especializada em soluções financeiras baseadas em blockchain, é um fator chave para o sucesso dessa parceria, que visa inovar e otimizar as operações internacionais do banco.
Primeiras Operações e Expansão Futura
O Bradesco planeja iniciar as primeiras transações comerciais com stablecoins em janeiro de 2025, com quatro clientes já confirmados e outros em processo de avaliação. O banco vê esse projeto piloto como um passo inicial para a adaptação às novas tecnologias financeiras, destacando que o uso de stablecoins no comércio exterior será cada vez mais uma realidade.
A partir de 2025, o Bradesco prevê a expansão dessa solução para outros clientes e mercados, dependendo dos resultados obtidos durante o piloto.
Cenário Regulatório e Tendências Globais
Apesar da regulamentação de stablecoins ainda estar em discussão no Brasil, o Bradesco está atento ao cenário regulatório e acredita que iniciativas como essa podem acelerar a definição de regras para o uso dessas tecnologias no Brasil. Globalmente, o uso de stablecoins em transações internacionais está crescendo, com muitas instituições financeiras e fintechs adotando a tecnologia como alternativa ao SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication), o sistema tradicional usado por bancos para realizar transferências internacionais. O SWIFT é conhecido por suas altas taxas e lentidão em transações internacionais, o que torna as stablecoins uma alternativa mais eficiente e barata.
A ação do Bradesco reflete uma tendência crescente no setor bancário de incorporar blockchain e criptomoedas para otimizar serviços financeiros e tornar as transações internacionais mais eficientes.