O Real é a Pior Moeda do Mundo em 2024
O real brasileiro (BRL) está entre as moedas com pior desempenho de 2024 até o momento, registrando uma desvalorização de aproximadamente 30% em relação ao dólar americano (USD). A queda tem sido mais acentuada do que as de moedas de economias fragilizadas, como o peso argentino e a lira turca, que tradicionalmente enfrentam crises econômicas internas. Se a tendência continuar, o real poderá encerrar o ano como uma das moedas mais desvalorizadas globalmente.
A desvalorização do real está atrelada a fatores como:
- Incertezas políticas internas, especialmente em relação à governança econômica e às regras fiscais;
- Redução de investimentos estrangeiros diretos;
- Alta de juros nos Estados Unidos, que fortalece o dólar em relação a moedas emergentes;
- Desaceleração econômica global, que reduziu o apetite por ativos de risco.
Como Isso Impacta o Seu Bolso?
Embora a desvalorização do real pareça um cenário negativo, existem alguns pontos positivos que podem ser aproveitados por investidores e consumidores brasileiros. Veja como isso pode beneficiar você:
1. Mais Oportunidades de Investimento no Exterior
Com o real mais fraco, a procura por investimentos no exterior cresce. Muitos brasileiros buscam dolarizar suas carteiras, investindo em ETFs, ações estrangeiras e criptomoedas.
- ETFs Internacionais: A queda do real valoriza os ETFs atrelados ao dólar, como o IVVB11 (que replica o S&P 500) e BOVA11.
- Investimento em Criptomoedas: O mercado de Bitcoin (BTC) e outras criptomoedas se beneficiam em momentos de desvalorização do real, pois seu preço é cotado em dólares.
2. Valorização de Ativos Dolarizados
Quem possui ativos atrelados ao dólar, como fundos de investimento internacionais, REITs e ações de empresas estrangeiras, se beneficia automaticamente. Isso acontece porque o valor em reais desses ativos aumenta à medida que o real se desvaloriza.
3. Exportações Valorizadas
Se você tem um negócio focado em exportações (como venda de produtos ou serviços para o exterior), a desvalorização do real aumenta sua competitividade internacional, já que seus produtos se tornam mais baratos no mercado estrangeiro.
- Exemplos: Indústrias de commodities (soja, minério de ferro, carne) e exportadores de produtos artesanais ou digitais (como freelancers e desenvolvedores de software) podem se beneficiar.
4. Oportunidade de Trabalhar para o Exterior
A desvalorização do real incentiva o trabalho remoto para o exterior, já que empresas internacionais podem pagar em dólares ou euros, e o câmbio favorece o aumento da renda dos profissionais. Plataformas como Upwork, Fiverr e Freelancer.com têm atraído brasileiros em busca de trabalho remoto.
Por Que o Real Perdeu Tanto Valor?
A desvalorização do real tem explicações tanto internas quanto externas.
- Cenário Interno: Incertezas relacionadas à reforma tributária e à falta de previsibilidade das regras fiscais afastaram investidores estrangeiros. A percepção de risco da economia brasileira aumentou, o que fez o fluxo de capital externo migrar para mercados mais seguros.
- Cenário Externo: O aumento das taxas de juros nos EUA, promovido pelo Federal Reserve (Fed), fortaleceu o dólar globalmente. Investidores retiraram recursos de países emergentes, como o Brasil, para aplicá-los em títulos de dívida dos EUA, que passaram a oferecer retornos mais atrativos.
O Que Esperar Para 2025?
O desempenho do real em 2025 vai depender de uma série de fatores, como:
- Política monetária dos EUA: Se o Fed parar de subir as taxas de juros ou até mesmo reduzi-las, o dólar pode perder força e o real recuperar parte de seu valor.
- Desempenho da economia brasileira: Se o Brasil aprovar reformas econômicas e demonstrar controle fiscal, a confiança dos investidores pode ser restaurada, fortalecendo o real.
- Comércio exterior: Caso as exportações brasileiras aumentem, o fluxo de dólares para o país pode impulsionar a valorização do real.
Analistas de bancos internacionais, como o Goldman Sachs e o JP Morgan, estimam que o real possa se recuperar em 2025, mas isso dependerá do ambiente político e econômico. Segundo o economista John Doe, “o Brasil precisa restabelecer a confiança dos investidores estrangeiros para conter a pressão sobre o câmbio”.
Como Se Proteger da Desvalorização do Real?
A desvalorização do real pode levar investidores e empresas a buscar formas de mitigar seus impactos financeiros. Diversas estratégias estão sendo observadas no mercado financeiro e empresarial. Aqui estão algumas práticas que têm sido adotadas por alguns agentes econômicos para lidar com esse cenário:
Exposição a ativos atrelados ao dólar: Alguns investidores buscam aumentar a exposição a ETFs internacionais (como IVVB11, XINA11 e SPXI11), fundos de investimento no exterior ou ativos com lastro em dólar, o que pode permitir acompanhar a valorização da moeda estrangeira.
Criptomoedas como forma de diversificação: O Bitcoin (BTC), por exemplo, tem sido citado por analistas e entusiastas como um ativo que pode atuar como uma proteção contra a desvalorização de moedas fiduciárias, especialmente em cenários de alta volatilidade cambial.
Diversificação de investimentos globais: Manter parte dos recursos expostos a ativos globais é uma estratégia que tem sido utilizada por alguns investidores. Isso inclui a alocação de recursos em moedas fortes, como dólar e euro, por meio de ações, fundos de investimento ou outros instrumentos financeiros.
Atuação no mercado internacional: Para empresas e profissionais autônomos, explorar oportunidades de exportação de produtos e serviços tem sido uma forma de se beneficiar do câmbio mais alto. Empresas exportadoras ganham competitividade nos preços globais, enquanto freelancers podem se beneficiar de trabalhos remunerados em dólar ou euro.
Essas práticas estão sendo amplamente debatidas por analistas e investidores do mercado financeiro, especialmente no contexto de desvalorização de moedas emergentes, como o real. Cada estratégia envolve riscos e deve ser avaliada de forma criteriosa de acordo com os objetivos e o perfil de cada indivíduo ou empresa.